CURSO TÉC. EM ANÁLISES CLÍNICAS (MÓDULO I)
Declaração
Universal dos Direitos Humanos
*tradução oficial, UNITED NATIONS HIGH COMMISSIONER
FOR HUMAN RIGHTS
Preâmbulo
Considerando que
o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e
dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo;
Considerando que
o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a atos de
barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo
em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e
da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
Considerando que
é essencial a proteção dos direitos do Homem através de um regime de direito,
para que o Homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a
tirania e a opressão;
Considerando que
é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;
Considerando que,
na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos
fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade
de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer o
progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma
liberdade mais ampla;
Considerando que
os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização
das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das
liberdades fundamentais;
Considerando que
uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância
para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia
Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal
comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os
indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito,
se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses
direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem
nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e
efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as
dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 1°Todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e
de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2°Todos os seres
humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente
Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de
língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou
social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso,
não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou
internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse
país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma
limitação de soberania.
Artigo 3°Todo indivíduo
tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4°Ninguém será
mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos,
sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5°Ninguém será
submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes.
Artigo 6°Todos os
indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua
personalidade jurídica.
Artigo 7°Todos são iguais
perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm
direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8°Toda a pessoa
direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes contra os
atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela
lei.
Artigo 9°Ninguém pode ser
arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10°Toda a pessoa tem
direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja eqüitativa e publicamente
julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e
obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela
seja deduzida.
Artigo 11°
1. Toda a pessoa
acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade
fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as
garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será
condenado por ações ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam
ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não
será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o
ato delituoso foi cometido.
Artigo 12°Ninguém sofrerá
intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio
ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais
intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.
Artigo 13°
1. Toda a pessoa
tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de
um Estado.
2. Toda a pessoa
tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e
odireito de regressar ao seu país.
Artigo 14°
1. Toda a pessoa
sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em
outros países.
2. Este direito
não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime
de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das
Nações Unidas.
Artigo 15°
1. Todo o
indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode
ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Artigo 16°
1. A partir da
idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família,
sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e
na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento
não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros
esposos.
3. A família é o
elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e
do Estado.
Artigo 17°
1. Toda a pessoa,
individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode
ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18°Toda a pessoa tem
direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito
implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em
público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19°Todo o indivíduo
tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de
não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.
Artigo 20°
1. Toda a pessoa
tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2. Ninguém pode
ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21°
1. Toda a pessoa
tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país,
quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa
tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu
país.
3. A vontade do
povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se
através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e
igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a
liberdade de voto.
Artigo 22°Toda a pessoa,
como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente
exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de
harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23°
1. Toda a pessoa
tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todos têm
direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha
tem direito a uma remuneração eqüitativa e satisfatória, que lhe permita e à
sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se
possível, por todos os outros meios de proteção social.
4. Toda a pessoa
tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em
sindicatos para
defesa dos seus interesses.
Artigo 24°Toda a pessoa tem
direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da
duração do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25°
1. Toda a pessoa
tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a
saúde e o bem-estar,principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais
necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez,
na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por
circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade
e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças,
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
Artigo 26°
1. Toda a pessoa
tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório.
O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos
superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu
mérito.
2. A educação
deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos
do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou
religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a
manutenção da paz.
3. Aos pais
pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educação a dar aos
filhos.
Artigo 27°
1. Toda a pessoa
tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de
fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que
deste resultam.
2. Todos têm
direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer
produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28°Toda a pessoa tem
direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz
de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na
presente Declaração.
Artigo 29°
1. O indivíduo
tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno
desenvolvimento da sua personalidade.
No exercício
deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às
limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o
reconhecimento e o respeito dos
direitos e
2. liberdades dos
outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e
do bem-estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum
estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e
aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30°Nenhuma
disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver
para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a
alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e
liberdades aqui enunciados
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